Não é sentir-se só que o incomoda – ele sabia melhor do que qualquer outro que a solidão é parte da condição humana – nem a sua ausência na cama de Lúcia, tampouco o trabalho maçante e indigno, que carregava como um fardo. Nada o incomoda há tempos, nada o engrandece. O vazio da própria existência pesa como dormência. Seu corpo inerte é títere de Morfeu. A única coisa que faz Bruno perceber estar vivo é o uivo do vento. As luzes dos carros ofuscam seus olhos. De repente, ele não vê mais nada...